quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Olho ao redor do meu quarto e algo parece diferente. Talvez esteja faltando alguma coisa, ou simplesmente sobrando meu ego.
Preparo o café e o gosto não parece o mesmo. Tem gosto de máquina com adoçante, não de café-com-açúcar-antes-da-escola, como costumava ter.
Abro meu guarda-roupas e reparo que metade das minhas roupas está lavando ainda... Há quase uma semana. Em pensar que antes tinha tudo no lugar.
A sala sem cheiro de cera, os banheiros sem cheiro de pinheiro, a louça empilhada e suja há três dias e nos armários nada em potes organizados por tamanho e tipo, mas suas embalagens coloridas e cheias de desenhos sem sentido.
Tudo pareceu bagunçado e diferente desde que foi embora, mas aos poucos fui aprendendo a me virar e manter tudo em ordem. Aprendi mais rápido que o normal a cuidar de uma casa, de um pai e de uma irmã sem reclamar. O tempo me ensinou como organizar, limpar e cuidar de tudo, mas tem uma coisa dentro de mim que eu simplesmente não consigo embalar e colocar na estante. É a sua falta.
Você me ensinou muitas coisas que eu vou carregar pro resto da vida, coisas que fazem parte de mim, mas esqueceu de me ensinar a esquecer a saudade e a falta que você me faz todos os dias.
Falta essa que a gente só sente quando perde alguém muito próximo, seja pra morte ou pra uma outra vida. Só que o que eu sinto é bem pior, é a falta de você, mãe.
Te amo.

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